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A Terra é plana ou redonda? A resposta será padronizada, dependendo do usuário que acessa o Facebook ou o Google. Esse é um dos temas abordados no documentário "O Dilema das Redes", produzido pela Netflix, que traz depoimentos de quem esteve por trás das principais empresas do setor, as chamadas big techs. Durante o filme, espectadores podem observar como são estimulados a consumir conteúdos em redes sociais de acordo com os interesses das empresas no impulsionamento das visualizações e conversões de seus anúncios.

É o que aponta quem conhece os bastidores desse sistema, como o ex-Designer Ético do Google, Tristan Harris, o ex-Presidente do Pinterest, Tim Kendal, o ex-engenheiro do Facebook, Justin Rosenstein, além do investidor em tecnologia Roger McNamee e o cientista da computação Jaron Lanier - também autor de "Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais". E não há escrúpulos para o aumento das cifras: desde impulsionar grandes teorias da conspiração até estimular polarizações políticas ou prestar um desserviço à Saúde mundial, principalmente em um ano de pandemia, como a Covid-19.

E como tudo isso é feito? Na produção, especialistas relatam as técnicas de manipulação da mente dos usuários para que passem cada vez mais tempo à frente de smartphones, tablets ou computadores, atualizando ou procurando por atualizações. Esse é um dos sintomas de uma síndrome chamada "Fear of Missing Out" - em livre tradução, medo de estar perdendo algo - vício em redes sociais que tem como efeitos colaterais a ansiedade, mau humor e até depressão. O filme aponta como somos estimulados à conexão do amanhecer aos minutos que precedem o sono, à noite, baseado com o nosso padrão de comportamento nas redes, ou seja, o que curtimos, visualizamos e com quem nos conectamos.

Influência na política

Em uma das falas do documentário, Tristan Harris, especialista em Tecnologia Persuasiva, cita a um estudo do Laboratório de Mídia do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que aponta um dado alarmante: fake news se espalham seis vezes mais rápido do que notícias verdadeiras no Twitter. Ainda de acordo com a pesquisa, notícias falsas têm 70% mais chances de serem retweetadas do que fatos.

Ou seja, toda polarização política tem como alimento as redes sociais, já que não mais existe a verdade - ou uma única verdade - como aponta o conceito de “pós-verdade”, onde as emoções e achismos têm igual relevância a estudos apurados e comprovados. Em “O Dilema das redes”, os entrevistados afirmam que as big techs são responsáveis por isso, já que lucram mais com fake news do que com notícias que apresentam fontes confiáveis.

Os efeitos colaterais atingem profundamente o espectro social, em todos os cantos do planeta: descredibilidade da grande imprensa, fraude tecnológica nas eleições, descrédito da Ciência (como, por exemplo, o aumento de supostos medicamentos naturais), desprezo ao aquecimento global, entre outros problemas. E esse cenário é desolador, já que não existe regulamentação ou fiscalização necessárias para frear os interesses das big techs.

Os grandes dilemas

Ao fechar das cortinas do documentário, nos deparamos com um verdadeiro dilema deixado pela própria produção: ao descobrirmos a manipulação das big techs para passarmos cada vez mais tempo conectados - já que não há limites éticos para frear as máquinas de fazer dinheiro dessas empresas, bem como não há regulação para que elas deixem de atuar desta maneira - podemos dizer que ninguém utilizará as redes sociais novamente sem perceber as estratégias ardilosas por trás de cada publicação ou resultado de busca. Mas, agora cientes dos riscos, qual a alternativa para manter a sociabilização se, hoje, excluirmos todas as nossas redes sociais, já que vivemos em um mundo profundamente conectado?

Além disso o documentário aponta a preocupação com o poder das fake news com o ruir da economia global, a promoção de guerras civis, o fim das democracias e o aumento de mortes em pandemias. No entanto, não é capaz de apontar a solução: como, e em que velocidade, as big techs poderiam combater as notícias falsas. Afinal, como fiscalizar bilhões de produtores de conteúdo diário? Como não, só, dizer, mas comprovar e convencer aos usuários a um dos dilemas que acompanham a nossa existência desde que o mundo é mundo: o que é, e qual é, a verdade?

O que nossos clientes estão falando?

  • "Minha experiência é a melhor possivel. O atendimento é impecável!!!"

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    Laura Ganon

    CEO - Fink Mobility

  • "Ao longo dos anos tive sempre um excelente atendimento pelos integrantes da OD. Buscando sempre inovações e ideias conciliatórias para solucionar objetivos e maximizar resultados inteligentes e inovadores que sempre supreendem de forma positiva, com muito profissionalismo, ética e postura. São parceiros fiéis que com muita habilidade profissional sabem conduzir com maestria a fusão dos desejos e interesses dos clientes com a técnica criativa. Minha empresa progrediu consideravelmente após o início desta profícua relação."

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    Rogê Castello Branco

    CEO - Castello Branco Investigações

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