Após pressão popular, mais de 650 empresas suspendem anúncios na rede social em adesão à campanha Stop Hate For Profit
Muito repetida por conservadores, a frase “quem lacra, não lucra” precisa ser revista ou, ao menos, receber um complemento para ter sentido. Isso porque o discurso de ódio também entrou na lista do “repúdio capital”. Após o lançamento da campanha Stop Hate For Profit ("pare de dar lucro ao ódio"), que acusa redes sociais como o Facebook e Instagram de omissão diante a proliferação de discurso de ódio na internet, mais de 650 marcas decidiram suspender anúncios na plataforma, de acordo com o site movimento.
A principal alegação do Stop Hate For Profit é de que o Facebook não faz o suficiente para combater a disseminação de racismo e outros tipos de violência contra minorias. Entre as principais empresas, Adidas, Coca-Cola, Pepsi, HP, Ben & Jerry's, Colgate-Palmolive, Starbucks, Ford, Honda, Levi's, Mozilla, Pfizer, Puma, PlayStation, Reebok, The North Face, Unilever, Vans, Volkswagen Group anunciaram boicote a anúncios no Facebook e Instagram em um período que vai de 30 dias, em julho, até o fim do ano, de acordo com cada marca.
De acordo com a agência AFP, o diretor executivo do Facebook, Mark Zuckerberg mostrou não estar preocupado com o boicote promovido pelas grandes marcas, já que em curto espaço de tempo elas voltariam a anunciar na plataforma e, somado a isto, a maior parte da receita da empresa vem de pequenos anunciantes. Blefe de Mark, ou não, na última sexta-feira (3/7), o preço das ações do Facebook caiu 8%, o que corresponde a perda de US$ 60 bilhões à marca.
“Não vamos mudar nossas políticas ou enfoques em nenhum terreno devido a uma ameaça sobre um pequeno percentual de nossas receitas ou sobre qualquer porcentagem das nossas receitas”, garantiu Zuckerberg à AFP, embora tenha confirmado um encontro com ativistas da Stop Hate For Profit nesta semana. De acordo com a Bloomberg, Mark e Sheryl Sandberg, diretora de operações da companhia, têm encontros marcados com grupos que lutam por direitos civis.