Todos nós estamos profundamente envolvidos com o consumo. Ele está presente em nossa vida, do momento em que acordamos até a hora que vamos dormir. Muitas vezes, entretanto, estes processos são imperceptíveis, ou deixamos que ele escape em nosso cotidiano por estarem profundamente internalizados.
A parte interessante disso é que temos toda uma sistematização do consumo que é automática e inconsciente, e compõe uma estrutura que sobre a qual as mais diversas decisões são tomadas. Elas são, evidentemente, construções que envolvem gosto, criação, cultura e experiências de vida.
Neste meio também está o impacto midiático: um grande vetor que gera desejos e acaba também formando tendências e, de certa forma, cria sua influência em nossa realidade. No entanto, as coisas não são tão simples: desempenhar esta força social representa também um entendimento de como se estrutura o desejo de consumo -- um tópico extremamente difícil e volátil.
Historicamente, durante muito tempo, o conhecimento dessa estrutura era considerado uma espécie de intuição criativa. A falta de certezas trazidas por este modelo demandou a inserção de uma quantidade progressiva de pesquisas sobre os sentimentos da audiência em relação ao produto.
E com a chegada do ambiente digital de forma muito profunda no cotidiano de bilhões de pessoas, certas coisas mudaram diametralmente. Atualmente, temos uma enorme base de informações sobre as dinâmicas sociais das pessoas. Quando, como, onde e o que consomem é algo rastreável em grande escala.
Na esteira deste desenvolvimento vem a ideia dos micro-momentos. São espaços de tempo muito curtos que estão associados ao momento de decisão da compra. Eles podem representar desde uma longa jornada, estruturada em reflexão, poder aquisitivo e emoções, até mesmo a mais simples e basal decisão de compra.
Este momento é capital para a comunicação de qualquer produto, e com a possibilidade captá-los, entendendo como se estruturam as dinâmicas de compra. Elas têm a características de serem agenciadas pelo indivíduo, e consequentemente são resultados de uma estrutura histórica e conjuntural.
Assim, o micro-momento é um fator fundamental na decisão de consumo em qualquer trabalho. Saber entender aonde encontrá-lo, como se estrutura em relação à marca em questão, e como contribuir para que a decisão seja favorável, é indispensável.