Historicamente, áreas como publicidade e marketing tentam alcançar, por meio das tecnologias vigentes ao seu tempo, a melhor estratificação do público-alvo de uma marca. Isso significa compreender suas características demográficas (idade, sexo, classe social, escolaridade), seus gostos, hábitos, rotinas, opiniões, e, principalmente, como reagem à interação com a marca.
Por mais genial que um comercial possa ser, por mais complexa uma estratégia de comunicação se estabeleça, ela pode falhar. Não há quem garanta 100% de eficiência em nada que envolva aspectos sociais, exatamente pelo fato de serem altamente subjetivos e suscetíveis à uma infinidade de variáveis conjunturais.
Imagine, então, que a computação conseguirá, dentro de muito pouco tempo, analisar um grande aspecto da reação do público sobre ações de marcas: os sentimentos. Este desejo de sistematizar quais são as reações subjetivas de cada indivíduo sobre os planos é algo que acompanha os profissionais há décadas. Agora, estamos cada vez mais próximos de termos esta ferramenta de forma abrangente.
E porque ela importa? Qual é a vantagem de entender estes sentimentos? Em uma análise metapsicológica, entende-se que, por mais estudada que seja a concepção de uma mensagem, é impossível prever, com exatidão, como esta será digerida pelo receptor.
As lentes que dão forma à interpretação de cada mensagem são os sentimentos. Eles são provenientes da história de vida de cada pessoa, bem como de sua personalidade, educação (formal e social), classe, e diversos outros aspectos sociais. O indivíduo é uma construção de todas estas características, e elas criam uma topografia por onde a comunicação caminhará.
Assim, ter uma análise computacional de como se estruturam esses caminhos, de forma coletiva, é um grande passo para um entendimento mais profundo da relação entre as ações de comunicação e sua recepção. Evidentemente, o aspecto subjetivo segue sendo inalcançável, mas estamos chegando muito perto de mapear, com profundidade, esta importante gama de sentimentos.