Na última quarta-feira, uma novidade no Instagram ganhou grande repercussão entre os brasileiros: a rede social retirou o número de likes anteriormente exposto sob as publicações de seus usuários. Com a decisão, apenas o próprio usuário passou a ter acesso ao número de curtidas que as suas fotos e vídeos receberam, como já acontece no Canadá, desde maio, e passou a ser aplicado, além do Brasil, na Austrália, Itália, Nova Zelândia e Japão, com pretensão de expansão a outros países ao redor do mundo. De acordo com o Instagram, a medida pretende tirar o foco dos números para que os usuários se atentem ao conteúdo publicado.
A novidade visa combater a competição entre usuários, anteriormente estimulada pelas imagens publicadas e reforçada pela quantidade de likes recebidos, unidade de comparação ao sucesso ou ostracismo de determinada publicação. Um comunicado divulgado pela diretora de políticas do Facebook Austrália e Nova Zelândia, Mia Garlick, afirma que o objetivo é fazer com que "as pessoas se concentrem menos em curtidas e mais em contar sua história".
"Esperamos que este teste remova a pressão de quantos likes um post receberá, para que você possa se concentrar em compartilhar as coisas que adora", completou. O discurso vai ao encontro de estudos como o da Royal Society for Public Health (RSPH), do Reino Unido, que apontou como as mídias sociais podem estar alimentando uma crise de saúde mental", principalmente nos mais jovens.
A opinião veio dos próprios jovens, convidados a preencher um formulário com perguntas ligadas à saúde e bem-estar, em relação ao uso de redes sociais que apontaram o Youtube como maior impacto positivo, seguido por Twitter e Facebook, enquanto o Instagram recebeu a pontuação mais baixa. Segundo a chefe-executiva da RSPH, Shirley Cramer, "é interessante ver o ranking do Instagram e do Snapchat como o pior para a saúde mental e bem-estar - ambas as plataformas são muito focadas na imagem e parece que podem estar causando sentimentos de inadequação e ansiedade nos jovens".